A proximidade do período de festas e de férias provoca uma reflexão importante sobre o espaço de morar, especialmente para quem vive em cidades litorâneas, como Florianópolis. Teremos hóspedes? A nova realidade vivenciada este ano, a partir da situação de distanciamento social por conta da pandemia de coronavírus, tem levado muitas pessoas a reverem hábitos e, principalmente, a repensarem suas prioridades.
“Para muitas famílias, o quarto de hóspedes sempre foi essencial. Em projetos de reformas, alguns clientes deixavam de ampliar suas suítes para preservarem um ambiente exclusivo para as visitas. E sempre questionamos: vale a pena?”, ressalta a arquiteta Silvana Margarin, titular da Calli Arquitetura, escritório especializado em projetos de arquitetura de interiores. Ela argumenta que, em muitos casos, a hospedagem é bastante eventual e por períodos curtos. “Por outro lado, os proprietários do imóvel, que vivem ali 365 dias por ano, sofrem com a falta de espaço e de conforto”, acrescenta.
A profissional tem sugerido a incorporação desse ambiente ao quarto principal, para ampliação do espaço ou criação de um closet, e a transformação do home office em um cômodo versátil para que possa acomodar também uma visita, por exemplo. “Às vezes, é melhor acomodar o visitante em um hotel próximo do que manter um ambiente no imóvel específico para hóspedes”, pondera.
Decisão com impacto financeiro
Esta é uma reflexão que deve ser feita, inclusive, na etapa de escolha de um imóvel. “A configuração do apartamento impacta diretamente o investimento que será feito para aquisição. A necessidade de um dormitório extra para hóspedes é um questionamento que fazemos também nesta etapa”, acrescenta o arquiteto Rafael Caramori, também titular da Calli Arquitetura, referindo-se ao serviço de assessoria para escolha do imóvel oferecido pelo escritório. A análise realizada é técnica, isenta e provoca a tomada de decisões sobre questões importantes, como essa. “Um quarto a mais vai representar um valor de imóvel mais alto ou cômodos menores, na maioria das vezes”, alerta Rafael.
Na opinião de Silvana, considerando “o novo morar” que surgiu com a pandemia de coronavírus, a praticidade, o conforto e o bem-estar devem preponderar. “Se as visitas são realmente esporádicas, vale mais investir em um apartamento com varanda do que com um dormitório a mais”, avalia.
Fotos: Rafael Ribeiro | Calli Arquitetura